Perfumes – Notas Balsâmicas, com Absoluto de Baunilha

Notas Balsâmicas, com Absoluto de Baunilha

 

O absoluto de baunilha é conhecido cientificamente pelo nome de Vanilla planifolia Andrews, entretanto também pode ser encontrado pelas denominações de Vanilla fragrans salisbury, Vanilla comum, Vanilla Reunion (ex-bourbon) ou simplesmente baunilha. Esta substância é pertencente ao gênero Orchidaceae e classificada na família olfativa como notas balsâmicas. Trata-se de um líquido viscoso, de coloração marrom-escura, com odor doce e balsâmico. É empregado na alimentação, como aroma, e na perfumaria (às vezes como fixador). Sua origem procede de uma vinha herbal trepadeira perene de 25 metros de altura, com hastes verdes e grandes flores brancas. As cápsulas verdes ou frutais são prontamente colhidas depois de oito ou nove meses na planta, e tem que ser tratadas. A vanila in natura “poda” ou “grão”, que tem 14-22 cm, tem que ser fermentada e seca para alterar-se nos fragrantes grãos de vanila marrom do comércio – um processo que pode levar 6 meses para ser completo. Durante o processo de secagem, a vanilina acumula-se como cristal branco na superfície do grão. O resinóide (muitas vezes chamado de óleo resina) é obtido por extração com solvente dos grãos de vanila tratados. Já o absoluto é ocasionalmente produzido por extração do resinóide. Além da vanilina, que corresponde de 1,3% a 2,9% da composição do óleo, este ainda contém mais de 150 outros elementos, entre os quais o ácido capróico, ácido acético, eugenol e furfural. Na perfumaria, incorpora a composição dos seguintes perfumes: Shalimar (1925), de Guerlain, Must (1981), de Cartier, Dolce Vita (1995), de Dior, Kenzo Amour (2006), de Kenzo, Mon Parfum Cristal (2013), de M. Micallef entre outros.

Shalimar (1925), de Guerlain

 

Shalimar é um dos perfumes de destaque da perfumaria francesa. Sempre atual, ele atravessa o tempo sem sofrer modificações, permanecendo o mesmo modelo de nota oriental. É dito que Jacques Guerlain criou esse perfume para prestar homenagem à lendária história de amor de Mumtaz e do imperador SHAHJAHAN nos jardins de Shalimar em AGRA. As flores conferem à este perfume uma sensação de fuga e intensidade, com aromas muito envolventes de íris, jasmim, rosas e talco. A íris apresenta uma impressão de sensualidade exagerada pela famosa baunilha, também destacada por outras notas balsâmicas, como a mirra doce.

Must (1981), de Cartier

 

Primeiro perfume de Cartier, ele se insere no espírito de um Shalimar, com notas verdes de gálbano e de abacaxi para substituir a bergamota. As notas florais leves são de uma intensa luminosidade (neroli, jasmim, hedione, rosa e narciso), enquanto que o fundo associa madeiras quentes com notas animais e é suavizado pelo creme do sândalo, fava tonka e baunilha.

Dolce Vita (1995), de Dior

 

Um verdadeiro elixir de felicidade, Dolce Vita é um perfume epicurista. Simples e marcado por contrastes, é um símbolo “anti-depressão” que retoma o imaginário dos filmes dos anos 60. O cedro, tradicionalmente masculino, é aqui revestido de um toque feminino, apimentado e sensual, com um frutado de ameixa. Trata-se de um floral enriquecido pela rosa, flor de lís e magnólia, calorosamente temperado com canela, cravo da índia e cardamomo. As frutas, como o pêssego, ameixa e damasco, suavizam a madeira de cedro e de sândalo. E a baunilha, por fim, lhe conferem o calor apaixonante.

Kenzo Amour (2006), de Kenzo

 

Kenzo Amour é um perfume sensual, doce e alegre. Uma viagem olfativa que remete à Ásia, à Índia e à Birmânia, passando pelo Japão e pela Tailândia. A fragrância possui aromas de arroz, de flor de cerejeira, de madeira de Thanaka e de incenso, enriquecida com a doce sensualidade da baunilha. Perfumistas: Daphné Bugey e Olivier Cresp, Firmenich.

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