Óleo Essencial de Poejo

O óleo essencial de poejo, ou pennyroyal oil, CAS number 8013-99-8, é um líquido amarelado, de odor característico comumente extraído por arraste a vapor das partes aéreas da Mentha pulegium. Produzido principalmente no Japão, Marrocos, Espanha e Tunísia, trata-se de um óleo muito aromático, cujo rendimento gira em torno de 2% sobre a matéria prima vegetal, e contêm, dentre outros constituintes, mentol, isomentol, piperitona, acetato de neoisomentila, borneol e cerca de 65 a 92% de (1R)-(+)-β-pulegona. A (1R)-(+)-β-pulegona (pulegone), quando isolada, é um líquido incolor (ou ligeiramente amarelo após o repouso) que possui um odor apimentado e adocicado, semelhante ao da mentona. De fórmula molecular C₁₀H₁₆O, é uma cetona que, no óleo de poejo, é encontrada na sua forma dextrogira – assim como em outras labiadas. Em excesso, é ela a responsável pela toxicidade deste óleo, afinal, é capaz de estimular a menstruação e o aborto. Além disso, age sobre o citocromo P450, podendo potencializar os efeitos de outros fármacos no organismo, diminui os níveis de açúcar no sangue e, em casos mais graves, pode levar a convulsões. Por outro lado, a (1R)-(+)-β-pulegona, quando utilizada de acordo com as normas, pode ser encontrada nos mais diversos produtos, como inseticidas – devido sua ação repelente, alimentos – a qual está inclusa como aditivo alimentar desde 1974, pelo Conselho da Europa e, é claro, na composição de alguns fármacos.

Tal como a (1R)-(+)-β-pulegona, o óleo essencial de poejo também é utilizado pelos mais variados setores da indústria, como cosmético, alimentício, farmacêutico e de perfumaria. Neste último, ele pode ser encontrado, por exemplo, no perfume Armani Code Sport, de 2011, criado por Jacques Cavallier. No lar, devido as suas propriedades repelentes, ele pode ser usado na fabricação de sachês aromáticos, com o objetivo de afugentar traças, pulgas, piolhos e outras pragas. Topicamente, como na formulação de cremes, géis, etc., Tisserand e Young (2014), em “Essential Oil Safety”, recomenda como máximo 1,3% deste óleo (com cerca de 85% de (1R)-(+)-β-pulegona) como cicatrizante e antisséptico. Além disso, por ser um exímio expectorante, a sua inalação alivia a tosse e as crises de bronquite. Ainda, de acordo com Molck (1998), em “Lack of histological cerebellar changes in Wistar rats given pulegone for 28 days”, este óleo, em razão da (1R)-(+)-β-pulegona, atua com um hipoglicemiante. Afinal, as concentrações de glicose no plasma de ratos após a administração por 28 dias de pulegona a 160 mg/kg/dia foram significativamente reduzidas por conta da inativação da glicose-6-fosfatase. A saber, a glicose-6-fosfatase é a enzima responsável pela conversão de glicose-6-fosfato em glicose no fígado, rins e intestino. No entanto, seu uso interno não é indicado em função da hepatotoxicidade causada pela (1R)-(+)-β-pulegona e pelo (6R)-(+)-mentofurano, presentes na sua composição. São estes dois elementos combinados que, em excesso, intoxicam o fígado de tal forma que uma gestação de 1^o trimestre pode ser abruptamente interrompida, causando o aborto. De acordo com Franzios (1997) em “Insecticidal and Genotoxic Activities of Mint Essential Oils”, o óleo essencial de poejo não é mutagênico, assim como a (1R)-(+)-β-pulegona.