Óleo Essencial de Louro

O louro é uma planta típica de clima temperado, crescendo satisfatoriamente em regiões onde a temperatura fica abaixo dos 18º C o ano todo. Por esta razão, seu crescimento em condições tropicais é bastante limitado, atingindo, no Brasil, até 4 metros de altura. Prefere solos bem drenados, férteis e ricos em matéria orgânica, cuja principal forma de propagação é por estaquia semilenhosa. A região do município de São Roque, no interior do Estado de São Paulo, destaca-se como polo de produção de louro. Sua topografia local, onde existem serras e morros, oferece as condições ideais para o seu cultivo. A colheita dos ramos com as folhas é anual, sendo que a primeira delas ocorre cerca de um ano após o início do plantio, o qual recomenda-se realizar na primavera, estação de clima mais ameno. Para a extração de óleo essencial, no entanto, o ideal é o plantio com o espaçamento de 2 a 3 metros entre as plantas na linha, afinal, além do porte arbustivo, elas são freqüentemente podadas para a colheita das folhas. (*) no Brasil, é possível adquirir mudas de loureiro no Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e Departamento de Sementes, Mudas e Matrizes da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), ligados à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, mas antes é necessário verificar a disponibilidade do material; e viveiristas e produtores instalados na região de São Roque/SP.

O óleo essencial de louro, extraído por arraste de vapor dos galhos e folhas do loureiro, é um líquido cuja coloração vai do amarelo claro ao verde oliva escuro. Seu rendimento, em óleo, geralmente fica abaixo de 1,5% e trata-se de um produto bastante popular na Turquia. Óleos turcos, bem como os provenientes da China, são ricos em eugenol e por isto apresentam um forte odor medicinal. Já os óleos brasileiros, possuem um tom mais fresco devido ao cineol. Atualmente, o principal emprego comercial do óleo essencial de louro é como flavorizante pela indústria de enlatados. No entanto, também é muito procurado pelo consumidor final interessado em suas propriedades calmantes, analgésicas, anti-inflamatórias e antimicrobianas. Na aromaterapia, é frequentemente utilizado para estimular o sistema linfático, especialmente nas condições de estresse e para fortalecer e reforçar o sistema imunitário enfraquecido. Ainda, mostra ótimos resultados em blends para o tratamento da artrite e dores musculares. Na cosmetologia, é empregado em formulações de cremes e loções para peles oleosas, e de xampus, também com o objetivo de combater a oleosidade. Na perfumaria, por fim, é utilizado em composições masculinas por suas notas aromáticas, canforadas e apimentadas; sendo encontrado no ISABELA CAPETO (2007), de Isabela Capeto, MAN (2007), de Calvin Klein e em vários outros perfumes.

Xampu com óleo de louro para cabelos oleosos:

1) colocar 20 mL de xampu neutro em uma bacia de cerâmica e acrescentar 6 gotas de óleo essencial de louro;
2) passar a mistura no couro cabeludo, massageando-o;
3) a seguir, aplicar no restante do cabelo, do couro até as pontas;
4) envolver os cabelos num filme osmótico (aquele plático-filme de cozinha) e fazer uma touca com papel alumínio;
5) deixar agir por 10 a 20 minutos;
6) enxaguar.

O óleo essencial de louro proveniente de algumas regiões da Turquia e outros países adjacentes chegam a conter até 3,8% de metileugenol, conforme cita Tisserand e Young (2014), em “Essential Oil Safety”. Na literatura, tem-se que o metileugenol – através de uma reação de conjugação com o sulfato (catalisada pelas enzimas sulfotransferases, as SULTs), forma o 1´-sulfoxi-metileugenol, um agente potencialmente carcinogênico. Além disto, sabe-se que o metileugenol, em concentrações inadequadas, pode causar problemas quando em contato direto com a pele, a exemplo de uma dermatite de contato alérgica. Todavia, num estudo publicado por Meneghini (1971), intitulado “Additives, vehicles and active drugs of topical medicaments as causes of delayed-type allergic dermatitis”, o óleo essencial de louro – aplicado puro em 50 voluntários – não produziu qualquer tipo de reação alérgica. Em outro estudo, de Opdyke (1976), “Monographs on fragrance raw materials”, este óleo também não demonstrou causar problemas tópicos; diluído a 2% em 25 voluntários. Mas sabe-se que o metileugenol, quando mal empregado, traz problemas e por esta razão, Tisserand e Young (2014) recomendam como concentração máxima para uso tópico 0,5% deste óleo; e, para uso oral (adulto de 70 Kg), 18 mg – considerando, neste caso, um óleo com 3,8% de metileugenol. Já a IFRA (International Fragrance Association) é ainda mais cautelosa, pois preconiza apenas 0,01% de óleo de louro (que contém metileugenol) para formulações de uso tópico.