Óleo Essencial de Grapefruit (ou Toranja)

O óleo essencial de grapefruit (grapefruit oil) é um líquido amarelado, com odor cítrico e amargo, obtido por prensagem a frio das cascas dos frutos. Seu rendimento médio é de 100 Kg de casca para 1 Kg de óleo e, em comparação com a laranja e o limão, a produção é pequena. Começou a ser extraído na Flórida por volta de 1930 e, até hoje, os Estados Unidos detêm o título de maior produtor mundial; com produção também no Brasil e Israel. Em sua composição, o limoneno é o elemento predominante, o qual representa 95%, seguido de outros, como geraniol e linalol (álcoois), citral (aldeído) e pinenos, sendo este óleo um ingrediente comum na fabricação de alimentos, cosméticos e perfumes (notas cítricas mais requintadas). Aliás, o óleo de grapefruit apresenta uma particularidade em relação a sua fragrância, pois, ainda que o limoneno represente uma fração significativa da sua composição, o que é comum em óleos cítricos, ele tem um cheiro bem diferente se comparado ao da laranja ou limão, tornando-o único. Isto ocorre porque só ele tem 1-p-meteno-8-tiol, 4-mercapto-4-metil-2-pentanona e nootkatone na sua composição, elementos que, mesmo presentes em pequenas concentrações (traços), dão ao grapefruit seu único e delicioso cheirinho.

Em estudos, comprovou-se que o óleo essencial de grapefruit é um estimulante do sistema linfático, o qual nutre as células dos tecidos e controla os processos líquidos, razão pela qual tem efeito benéfico nos tratamentos de obesidade e da retenção de líquidos. Ajuda a eliminar as toxinas armazenadas nas células de gordura, por isto, é eficaz no combate à celulite. Tem efeito relaxante sobre o corpo, traz alívio a enxaqueca, a tensão pré-menstrual e as sensações de desconforto existentes durante a gravidez. De acordo com Hata (2003), em “Induction of apoptosis by Citrus paradisi essential oil in human leukemic (HL-60) cells”, o óleo essencial de grapefruit, tal como os três constituintes deste óleo: citral, decanal e octanal, induzem as células leucêmicas humanas HL-60 à apoptose, sendo, portanto, promissores agentes antitumorais. Também, parece reduzir alguns dos efeitos da mudança brusca de fuso horário, como dores de cabeça e sensação de cansaço. Diante do exposto, é fácil compreender porque este óleo é considerado uma valiosa matéria-prima para a indústria, em especial de cosméticos e de fragrâncias. Na fabricação de perfumes, por exemplo, é empregado com o objetivo de requintar combinações cítricas, conferindo um “frescor picante” às mais diversas composições, como no 1 Million (2008), por Paco Rabanne, Acqua di Gio Essenza (2012), por Armani, BOSS BOTTLED SPORT (2012), por Hugo Boss, Black Signature (2013), por Ferrari e muitos outros.

Em cosméticos, a sua concentração varia de 0,5 a 2%, conforme se segue:

● Produtos corporais até 2%
● Produtos para celulite 1,5%
● Produtos para drenagem linfática de 0,5 a 1%

Em outras pesquisas, o óleo de grapefruit mostrou-se ativo contra uma variedade de microrganismos, como Staphylococcus aureus, Enterococcus faecalis, Staphylococcus epidermidis, Escherichia coli, Salmonella typhimurium, Serratia marcescens e Proteus vulgaris, potencial este que poderá ser aplicado ao desenvolvimento de novos fármacos pela indústria farmacêutica. Por fim, ao contrário do suco, o óleo essencial de grapefruit não contém 6,7-di-hidroxibergamotina (DHB), uma furanocumarina (FC) que interage diretamente com as enzimas hepáticas CYP3A4. A saber, as CYP3A4s assumem um importante papel no processo de biotransformação de fármacos, razão pela qual um simples copo de suco de grapefruit pode triplicar os níveis de sinvastatina (medicamento para reduzir os níveis do mau colesterol) no sangue, com isso aumentando o risco de ocorrer uma desintegração muscular que pode causar danos aos rins. Todavia, conforme cita Tisserand e Young (2014) em “Essential Oil Safety”, o óleo de grapefruit – extraído por prensagem – não contém esta furanocumarina e o potencial inibitório da CYP3A4 (por outras FCs presentes neste óleo) é extremamente baixo, não representando qualquer risco com interações medicamentosas. A IFRA (International Fragrance Association) preconiza, como concentração máxima em formulações de uso tópico, até 4% deste óleo, e, a fim de evitar processos oxidativos – devido ao seu alto teor de (+)-limoneno – recomenda o seu armazenamento em frascos escuros, em um refrigerador.

A lipodistrofia ginoide, popularmente chamada de “celulite“, é um desconforto estético caracterizado por um depósito de gordura embaixo da pele que afeta cerca de 95% das mulheres após a puberdade. De acordo com vários artigos, seu processo de formação e evolução está atrelado a vários fatores comportamentais e endógenos, como hereditariedade, problemas circulatórios, alterações hormonais, sedentarismo e má alimentação. Fisiologicamente, o excesso de gordura que resulta no aspecto “casca de laranja” da celulite acontece por duas razões que se relacionam entre si: 1) aumento do número de adipócitos, processo este que é regulado pela adipogênese; 2) inchaço de cada célula de gordura, pois os adipócitos aumentam ou diminuem de tamanho conforme a quantidade de gorduras que armazenam. Desta maneira, quanto maior for o número de adipócitos, e, quanto maior for o inchaço de cada um, maior serão as chances do surgimento e do agravamento da celulite.

Além do desconforto estético que incomoda algumas mulheres, a celulite, infelizmente, pode trazer outros problemas. Afinal, biologicamente, o excesso de gordura advindo da multiplicação de adipócitos prejudica a circulação sanguínea e linfática, e isto dificulta a correta drenagem e a eliminação de substâncias dispensáveis ao organismo. Como consequência, a pele pode ficar edemaciada, com um aspecto fibrocístico e, em face da “compressão” de terminações nervosas existentes no tecido, dolorida. Algo bem desconfortável. A celulite não tem cura. É fato. Entretanto, no campo da cosmética natural, há alguns ativos que comprovadamente agem bloqueando alguns dos mecanismos que resultam no seu aparecimento ou agravamento. Um deles é o óleo essencial de capim limão, que é um ótimo inibidor da adipogênese. Ou seja, ele é capaz de interromper a formação de novas células de gordura.

Outro é o óleo essencial de grapefruit que, além de inibir parcialmente a adipogênese, é rico em d-limoneno, um monoterpeno capaz de proporcionar o que se chama de “lipólise tecidual“, reduzindo os níveis de triglicerídeos na hipoderme. Esses óleos, então, quando em sinergia, não só inibem a formação de novas células de gordura como também “quebram” as já existentes. Há, ainda, o extrato de Centella asiatica, que atua reduzindo a inflamação local e normalizando a produção de colágeno, deixando a pele mais firme e resistente. Por esta razão, um creme elaborado com estes ativos 100% naturais pode, sim, ajudar (e muito) na redução do aspecto “casca de laranja” da celulite, bem como de suas complicações.

FORMULAÇÃO:

◾20 g de Manteiga de Karitè;
◾30 g de Óleo de Semente de Uva;
Disponível aqui: https://www.quinari.com.br/loja/oleo-vegetal-de-semente-de-uva/
◾10 g de Extrato de Centella Asiática;
◾10 Gotinhas do Óleo Essencial de Capim Limão;
Disponível aqui: https://www.quinari.com.br/loja/oleo-essencial-de-capim-limao/
◾20 Gotinhas do Óleo Essencial de Grapefruit.
Disponível aqui: https://www.quinari.com.br/loja/oleo-essencial-de-grapefruit/

ESTUDOS:

◾”GRAPEFRUIT OIL ATTENUATES ADIPOGENESIS IN CULTURED SUBCUTANEOUS ADIPOCYTES”, Haze e Colaboradores (2010)
◾”O USO DA CENTELLA ASIÁTICA NO TRATAMENTO DO FIBRO EDEMA GELOIDE”, Silva e Colaboradores (2021)
◾”EFFECTS OF ESSENTIAL OILS AND SOME CONSTITUENTS FROM INGREDIENTS OF ANTI-CELLULITE HERBAL COMPRESS ON 3T3-L1 ADIPOCYTES AND RAT AORTAE”, Paracha e Colaboradores (2021)

⚠ATENÇÃO:⚠
ESTE PRODUTO FORMA UM FILME GRAXO SOBRE A SUPERFÍCIE DA PELE POR ALGUNS MINUTOS. POR ISSO, NÃO É INDICADO PARA PESSOAS QUE NÃO GOSTAM DO EXCESSO DE OLEOSIDADE NO CORPO.