Óleo Essencial de Alcarávia

O óleo essencial de alcarávia, extraído dos frutos esmagados, chega a apresentar um rendimento de 4% (alcarávias de origem holandesa). Trata-se de um líquido incolor que, pela exposição ao ar e a luz, torna-se amarelado, mais denso e viscoso. Seu constituinte principal é a d-carvona, uma cetona terpênica com propriedades odoríferas e sápidas de grande importância comercial. Quanto à sua porcentagem, esta é bastante variável, devido ao desenvolvimento dos frutos, mas chega a 70% nos óleos de boa qualidade, sendo dosada pelo clássico método de absorção pelo sulfito de sódio, em volume. Já o restante dos constituintes, encontram-se em proporções menos expressivas, como o limoneno, carveol, di-hidropinol e aldeído perílico. (*) infelizmente, costuma-se retirar (por fracionamento) e substituir parte da d-carvona existente neste óleo por outra cetona, como a piperitona.

Tem efeito calmante em problemas estomacais, especialmente em casos de dor, espasmo gástrico e flatulência. Auxilia a digestão e estimula o apetite. Dá alivio em casos de diarréia e de problemas intestinais em geral. Acredita-se que refresque o hálito. Parece auxiliar contra problemas urinários, aumentando o fluxo da urina e liberando as toxinas. Pode ser usado como um tônico para o fígado, auxiliando no tratamento da hepatite. Suas propriedades expectorantes podem ajudar a tratar a bronquite e a asma bronquial. Também é útil no tratamento de outros problemas de garganta e pulmonares, como a laringite e a aerofagia (deglutição exagerada de ar). Aumenta a produção de leite na amamentação e pode ser usado como um tônico geral para o sistema glandular. Pode auxiliar em dores de ouvido e diminuir a vertigem. De um modo geral, parece restabelecer o bom funcionamento do organismo. Na pele, é um eficiente regenerador de tecidos, especialmente útil em condições de pele oleosa. É conhecido por dissolver contusões, reduzir furúnculos e limpar feridas infeccionadas. Outros benefícios incluem o alívio da coceira, acne, problemas do couro cabeludo e sarna. Também já foi usado para reavivar aspectos de palidez.

De acordo com Chen e colaboradores (2020) em “Anti-arthritic activity of D-carvone against complete Freund’s adjuvant-induced arthritis in rats through modulation of inflammatory cytokines”, a d-carvona pode ser benéfica para a prevenção e também para o cuidado da osteoartrite. Neste estudo, que foi realizado em escala laboratorial, a d-carvona foi aplicada aplicado sob diferentes dosagens (30 e 60 mg/kg) em cobaias. A intervenção teve duração de 25 dias consecutivos, e consistiu na análise de diferentes concentrações do componente. Ao término, os resultados apontaram que a d-carvona pode atuar na regulação de citocinas pró-inflamatórias e minimizar a atuação de radicais livres. Afinal, o processo inflamatório das articulações em condições osteoatríticas é diretamente influenciada pela interferência deste estresse oxidativo. Como consequência, ela é capaz de reduzir edemas, diminuir a inflamação, controlar os danos na cartilagem, prevenir a hiperplasia sinovial e o pannus (que consiste em um tecido inflamatório crônico sinovial). Frente aos resultados obtidos, não só deste estudo, mas de vários outros – uma vez que a d-carvona possui um histórico como antioxidante e potencial anti-inflamatório – é possível afirmar que ela, de fato, pode evitar a progressão da osteoartrite, bem como coadjuvar em seu tratamento. Vale lembrar, é claro, que o diagnóstico da osteoartrite só pode ser dado por um médico especialista devidamente habilitado.