Óleo de Semente de Uva e a Vitamina E

De acordo com Freitas (2008) em “Pressurized liquid extraction of vitamin E from Brazilian grape seed oil”, o óleo vegetal de semente de uva, conforme já exposto, é rico em vitamina E natural (d-α-tocoferol), cuja concentração pode variar de 1 a 53 mg/100 g de óleo. Por esta razão, bem como pela quantidade de compostos fenólicos existentes nele, este óleo é considerado um excelente antioxidante – sendo capaz de atenuar a ação dos radicais livres no organismo, sobretudo na pele, como queimaduras solares, fotoenvelhecimento e hiperpigmentação. A vitamina E, aliás, é genericamente descrita como qualquer forma de tocoferol ou de tocotrienol, a qual engloba oito análogos estruturais naturais: quatro tocoferóis (α, β, γ e δ-análogos) e quatro trienóis (α, β, γ e δ-análogos), que são determinados pelo número e pela posição dos grupos metila no anel cromanol. Isto é importante porque segundo Fernandes (2013) em “Seed oils of ten traditional Portuguese grape varieties with interesting chemical and antioxidant properties”, o potencial antioxidante do óleo de semente de uva está diretamente relacionado à elevada concentração do isômero γ-tocotrienol da vitamina E, que é raramente encontrado em outros óleos. Exemplo: o óleo de semente de uva, conforme estudos, apresenta 50% mais capacidade antioxidante que o óleo de gergelim, que também possui vitamina E, mas contém pouco ou quase nada do isômero γ-tocotrienol. Afirma-se, ainda, que o γ-tocotrienol também é capaz de inibir a atividade das enzimas COX-2, que estão diretamente ligadas a produção de prostaglandinas. Por isto, o óleo de semente de uva também é considerado um anti-inflamatório natural. Para encerrar, sobre a pele (uso tópico), o γ-tocotrienol também exibe algumas vantagens, pois é rapidamente absorvido, deixando a pele brilhante, sedosa, elástica e não gordurosa, motivo pelo qual o óleo de semente de uva é um dos preferidos como “carrier” na aromaterapia. É indicado, inclusive, para todos os tipos de peles – até as acneicas – e seu uso é indicado para a realização da shantala, técnica indiana de massagem para bebês.

A vitamina E natural, também conhecida por d-α-tocoferol, é um dos antioxidantes mais utilizados pelas indústrias de cosméticos multifuncionais, pois, dentre suas propriedades, ela é capaz de reduzir os danos causados pelas espécies reativas de oxigênio – radicais livres que possuem relação direta com diversos problemas de pele, como queimaduras solares, fotoenvelhecimento e hiperpigmentação. Em outras palavras, ela consegue neutralizar estes radicais, captando moléculas de oxigênio singleto e superóxidos. Por esta razão, a vitamina E é um dos ingredientes “antipoluição” mais cobiçados da atualidade. Seus ésteres, inclusive, espalham-se com muita facilidade sobre a pele e são rapidamente absorvidos, os quais conferem agradáveis atributos sensoriais ao toque, deixando a pele brilhante, elástica e não gordurosa. Por não ser uma molécula estranha à pele, este ingrediente também se integra rapidamente aos lipídios presentes na epiderme, onde a vitamina E serve de suporte a matriz extracelular do estrato córneo, contribuindo nas defesas antioxidantes. Ainda, de acordo com Maalouf e colaboradores (2002) em “Protective effect of vitamin E on ultraviolet B light-induced damage in keratinocytes”, esta vitamina age topicamente protegendo a pele contra os danos da luz UVB, conferindo FPS 3 à pele após algumas aplicações. Aliás, neste sentido, vale destacar que os produtos que contêm – na mesma formulação – as vitaminas C e E demonstram ser ótimos fotoprotetores, afinal, a vitamina C é capaz de regenerar a vitamina E oxidada. Neste aspecto, a oxidação de alguns análogos (sintéticos) da vitamina E ocorre após a exposição deste ingrediente à condições atmosféricas desfavoráveis ou à luz, razão pela qual produtos que contém esta vitamina devem ser acondicionados em frascos especiais, como os do tipo âmbar. Por outro lado, o d-α-tocoferol natural, presente no óleo vegetal de semente de uva, é moderadamente mais estável – entretanto, recomenda-se o seu acondicionamento em frascos escuros, por precaução. Nos cosméticos multifuncionais, a % de vitamina E recomendada depende do tipo/local de aplicação, a qual varia entre 0,5 e 5% – a qual atua como agente anti-inflamatório, antioxidante, cicatrizante, umectante e fotoprotetor.

O ressecamento da pele pode ser causado por uma série de fatores intrínsecos, como pela genética e alterações hormonais, e extrínsecos, como pelo clima e uso de cosméticos que ressecam a pele. Também, a partir dos 40 anos de idade, a pele fica naturalmente mais seca, e, por isso, mais susceptível ao aparecimento de rugas e linhas de expressão. Por isso, a partir desta fase da vida, a hidratação adequada da pele bem como a utilização de um agente antissinais é bem-vinda e recomendada. Por definição, os cremes hidratantes tem a função de formar um filme oclusivo sobre a pele, fazendo com que a água presente nela não se evapore para o ambiente externo. Eles, então, retardam a evaporação da água contida nos tecidos, contribuindo para a homeostase hídrica. Inclusive, essa função pode ser exercida, tranquilamente, por alguns óleos vegetais – principalmente os que contém ácido linoleico em abundância, como o de semente de uva.

O óleo de semente de uva, além de retardar a perda transdérmica de água pela formação do filme oclusivo, é rico em ácido linoleico, um tipo de ômega 6 que serve como matéria-prima para a formação das ceramidas. As ceramidas, em conjunto com outros lipídeos, formam um tipo de barreira que retém a água na epiderme e isto, claro, é de fundamental importância para hidratação, maciez e flexibilidade da pele. Pode-se afirmar, então, que o óleo de semente de uva é um ótimo hidratante, pois, ele não só cria uma camada protetora sobre a pele, dificultando a evaporação da água, como também colabora para a manutenção do equilíbrio das ceramidas. Com relação as linhas de expressão, um dos óleos mais indicados para combatê-las é o de gerânio. Afinal, estudos afirmam que ele é capaz de evitar a degradação de duas proteínas que são fundamentais para a “sustentação” e “elasticidade” da pele, o colágeno e a elastina. Como resultado, após certo tempo de uso, a prática mostra que a pele fica mais firme e, é claro, com uma aparência mais jovem e bonita. Não é à toa que muitos cosméticos, mundo afora, empregam o óleo de gerânio como ativo principal em suas formulações anti-idade.

Abaixo, a formulação de um creme hidratante e anti-idade 100% natural com os óleos de semente de uva e gerânio:

◾10 g de Manteiga de Karitè;
◾30 g de Óleo de Semente de Uva;
Disponível para venda em: https://www.quinari.com.br/loja/oleo-vegetal-de-semente-de-uva/
◾20 g de Hidrolato de Lavanda;
Disponível para venda em: https://www.quinari.com.br/loja/hidrolato-de-lavanda/
◾20 gotinhas de Óleo Essencial de Gerânio.
Disponível para venda em: https://www.quinari.com.br/loja/oleo-essencial-de-geranio/

ATENÇÃO:
ESTE CREME FORMA UM FILME GRAXO SOBRE A SUPERFÍCIE DA PELE POR ALGUNS MINUTOS. POR ISSO, NÃO É INDICADO PARA PESSOAS QUE NÃO GOSTAM DO EXCESSO DE OLEOSIDADE NO ROSTO OU EM QUALQUER OUTRA ÁREA DO CORPO.

ESTUDOS:

◾Lohani (2021) “Topical Delivery of Geranium/Calendula Essential Oil-Entrapped Ethanolic Lipid Vesicular Cream to Combat Skin Aging”